As disfunções sexuais são comuns no homem e sua incidência aumenta com a idade, principalmente após 40 anos. O melhor entendimento sobre as funções sexuais normais e maior conhecimento sobre sua alterações têm permitido grandes avanços em seu tratamento. A função sexual normal nos homens requer uma complexa interação dos sistemas vascular, neurológico, hormonal e psicológico. A ereção é primariamente um evento vascular, induzido por sinais neurológicos e facilitados por um ambiente hormonal e psicológico apropriado. Tais mecanismos também estão envolvidos na ejaculação.
Há diversos tipo de disfunções sexuais masculinas : diminuição da libido, desordens ejaculatórias (ejaculação precoce, ejaculação retardada e ausência de ejaculação) e disfunção erétil (ou impotência)
REDUÇÃO DA LIBIDO afeta aproximadamente 5 a 15 % dos homens. Sua incidência aumenta com a idade e geralmente está associada a outras desordens sexuais, como impotência. Entre as principais causas de alteração da libido estão: deficiência de testosterona, uso de medicações, alcoolismo, doenças psicológicas ou psiquiátricas, fadiga, uso de drogas ilícitas e doenças sistêmicas.
EJACULAÇÃO PRECOCE é a desordem ejaculatória mais comum e sua incidência global varia em torno de 20 a 30% em algum grau e pode ser severa em 4% dos homens. É caracterizada por ocorrer sempre ou quase sempre em até 1 minuto de penetração, pela incapacidade de retardar a ejaculação e por trazer consequências pessoais negativas como insatisfação, incômodo, frustração e /ou desinteresse no ato sexual. Aproximadamente 30% dos homens com ejaculação precoce podem ter algum grau de disfunção erétil associada. As causas dessa desordem não são bem definidas em grande parte dos homens, mas diversos fatores biológicos e psicossociais, como a ansiedade, estão relacionados ao problema. Pode ser classificada como primária (em todas as fases da vida), secundária (adquirida, geralmente associada a algum fator ou doença predisponente) ou ocasional (apenas em algumas situações específicas).
Ejaculação retardada, ausência de ejaculação (anejaculação) e ausência de orgasmo (anorgasmia) completam o grupo das desordens ejaculatórias. Múltiplos fatores como doenças, uso de medicações ou cirurgias prévias podem interferir no controle central ou periférico da ejaculação.
DISFUNÇÃO ERÉTIL (OU IMPOTÊNCIA) afeta certa de 18% dos homens entre 50 e 59 anos e 37% dos homens entre 70 e 75 anos de idade. Entre os seus principais fatores de risco estão: diabetes mellitus, hipertensão, obesidade, dislipidemias, doenças cardiovasculares, tabagismo, sedentarismo e uso de medicações.
A impotência e a doença cardiovascular compartilham diversos fatores de risco e sua fisiopatologia está relacionada à disfunção endotelial. Desse modo, homens com alteração do perfil da ereção sem causa óbvia devem ser avaliados para rastreio de doença cardiovascular, ainda que não apresentem sintomas de doença coronária ou vascular. Deve haver ainda atenção especial ao tratamento para impotência devido ao seu risco de complicações para função cardíaca.
As disfunções sexuais têm tratamento e sua base consiste em identificar e corrigir os fatores de risco e uso de medicamentos específicos para cada caso. Faz parte ainda do arsenal terapêutico da disfunção erétil procedimentos não invasivos e cirurgia (prótese peniana). Psicoterapia é fundamental para boa parte dos casos de disfunção sexual. Para maior segurança e eficácia do tratamento a avaliação e o seguimento devem ser individualizados e feitos por profissionais especializados.